COMO LOCALAZAR M 31, A GRANDE GALAXIA DE ANDRÔMEDA A PARTIR DO HEMISFÉRIO SUL, COM UM TELESCÓPIO SEM GOTO.

Em primeiro lugar deve ser dito que M 31, mesmo do hemisfério sul, é visível a olho nu em sites bem escuros em sem poluição luminosa, porém nem sempre este é o caso.

Abaixo será dado um roteiro para se localizar M 31 com um binóculo e, a partir dai, você poderá apontar um telescópio para ela ou mesmo contemplá-la a olho nu.

Inicialmente você precisará do seguinte:

  • Uma bussola.
  • Estar num site com pelo menos de 15 graus de visibilidade do horizonte Norte.
  • Um Binóculo 7×50, o que confere um FOV de aproximadamente 10 graus

No mês de Outubro, dia 20, M-31 culmina ás 23:10 aproximadamente. Vamos tomar este dia como o dia da observação de M-31.

Esteja no campo as 23:10 com a bussola e gire seu corpo com a bussola em suas mãos até que a agulha indique o Norte.

Sua primeira tarefa então é identificar o quadrilátero da constelação de Pégasus, que será bem visível. Veja a figura na pagina seguinte mostrando o Quadrilátero de Pégasus.

Identificado o Quadrilátero, identifique a estrela ALPHERATZ, a estrela mais a direita e no canto baixo do Quadrilátero.

ALPHERATZ está a 36 graus de elevação. Coloque ALPHERATZ no campo do binóculo e lentamente vá descendo o binóculo para sua direita.

No segundo campo focal do binóculo, você verá claramente M-31. Procure identificar M-31 a olho nu, pois ela é efetivamente visível a olho nu.

Caso não consiga interaja com o binóculo novamente. Faça isso até você ser capaz de identificar M-31 a olho nu.

Quando isto ocorrer, vá ao seu telescópio sem goto e aponte para a galáxia. Pronto delicie-se com as maravilhas de M-31.

Andromeda_CAMPO

SOBRE A CONSTRUÇÃO DE UM OBSERVATÓRIO AMADOR

CONSTRUÇÃO DO LILY’S FLOWER OBSERVATORY

UM OBSERVATÓRIO COM TETO ROLANTE DE BAIXO CUSTO PARA ASTRONOMIA AMADORA

1-      INTRODUÇÃO:

É bem conhecido o efeito indesejável da variação de temperatura nas proximidades de instrumentos óticos como telescópios astronomicos.  Para minimizar estes efeitos, um prédio que venha a abrigar tais instrumentos deverá ser construído de forma a manter a temperatura do ambiente interna o mais constante possível.  Além disso o terreno sobre o qual o prédio será construído deverá trocar calor com o ambiente rapidamente, para manter-se em equilíbro térmico. 

Esta é a razão dos observatórios profissionais serem contruídos em campos gramados e utilizarem técnicas construtivas e de controle ambiental interno que garatam a manutenção da temperature interna do prédio.o mais constante possível.

Num observatório astronomico amador, onde as limitações de orçamento e ambientais são fatores muitas vezes intransponíveis, algumas adaptaçãoes das condições ideais necessitam ser feitas.  A boa notícia é que, com um pouco de criativiade, na maioria chega-se a resultados excelentes.

O objetivo deste trabalho é mostrar um exemplo razoavelmente bem sucedido de construção de um observatório astronomico amador, onde a limitação de orçamento e situações de ambiente já definidas configuraram-se, de fato, como fatores intransponíveis.

2-      PREMISSAS:

  •         custo total da obra não poderia sair por mais que o qequivalente a US$1.000,00
  •         observatório teria que ser construído sobre um terreno coberto com placas de concreto.

3-      SOLUÇÕES ADOTADAS:

Tipo de Observatório:  Teto rolante (sliding roof).

A escolha deste tipo de observatório deveu-se ao fatos de ser o que mais rápido colocaria o interior da construção em equilibrio térmico com o ambiente externo.   Além disso, esta escolha atenderia aos requisitos de orçamento.  A construção do observatório foi feita no quintal de minha casa.

Tijolos utilizados nas paredes:  Tijolo pré-moldado de baixo custo.

Estes tijolos possuem uma alta porosidade, sendo ideal para troca de calor com o ambient.  De fato verificou-se que as paredes do observatório depois de um dia inteiro recebendo sol, equilbrava com o ambiente em menos de 1 hora após a abertura do seu teto. 

Além do aspecto da troca de calor, este tipo de tijolo, como mencionado, é de baixo custo, fator primordial para o atendimento da premissa de orçamento.

Mecanismo do teto rolante:  Rodízios e tubos utilizados na construção de portas de garagem deslizantes.

A escolha de uma solução “de prateleira” novamente trouxe uma brutal economia.  Foram utilizados rodízios e tubos utilizados em portões deslizantes de garagens e estruturas industriais.

Estrutura do Teto:  Gradeamento feito com madeira comum de construção, telhas de amianto e acabamento interno com cobertura de teto de baixo custo.

O telhado, inteiramente feito com madeira de conntrução, foi construído em forma de grade para aumentar sua rigidez.  Esta técnica é a utilizada na construção de telhados convencionais.  Sobre este gradeamento foram aparafusadas telhas de amianto, tomando-se o cuidado de manter pelo menos dois “gomos” de telhas adjacentes superpostos.  O acabento interno foi feito com “ripas”de plastico encaichaves próprias para este fim.

Para prover o isolamento térmico entre as telhas de amianto e o acabamento interno do telhado, deixou-se uma coluna de ar com aproximadamente 40 cm de altura.  Esta coluna fez com que a temperatura no interior do observatório fique, mesmo em dias quentes, em média, 10°C mais baixa que o ambiente externo.

Dimensões:  Para que coubesse o telescópio (LX-200 10”), um armário e uma mesa, concluiu-se pelas dimensões abaixo.

As dimnesões do observatório com o telhado aberto são: 3.4 metros de largura por 2.8 metro de profundidade por 1.85 metros de altura.

Fixação do Telescópio no interior do observatório:  O erro capital do projeto.

Apesar de saber que a forma correta de fixar o telescópio, seria a construção de um pier isolado fisicamente do chão do observatório, eu optei (e me odeio por isso até hoje) por utilizar o tripé original da Meade com a cunha equatorial montada sore ele. O conjunto repousa diretamente sobre o chão do observatório  Erro crasso, uma vez que a vibração do chão do observatório, por menor que seja, me faz perder inúmeras imagens planetárias de alta resolução, principalmente quando passam carros pela frente de minha casa. 

A atenuante neste caso é que eu moro numa pequena cidade de interior, numa rua que, na maior parte do tempo, não tem tráfego de veículos.  Mas meso assim, se você planeja construir seu observatório, nunca cometa este grande erro.

4-      CONCLUSÕES:

O observatório, passados quase 5 anos de sua construção, tem mostrado ser uma construção muito confiável.  Ao longo desses anos nós tivemos neste região do país verdadeiras tempestades, muito vento, muito calor, enfim, uma série de atividades climáticas extremas e desfavoráveis que realemente puseram a prova a validade dos conceitos utilizados na construção.

Ao longo desses anos o observatório tem me proporcionado um imenso prazer, na medida que tendo o setup definitivamente montado e ajustado, o trabalho fica muito simplificado, eliminando toda a problemática de montar e ajustar tudo para no fim ter que desmontar tudo novamente.

Eu recomendo, sem medo de errar, a todos que tem disponível um pedaço de quintal, que construam o seu observatório e montem os seus equipamentos de forma definitiva.  Seguindo algumas sugestões apresentadas neste trabalho, o despendio de dinheiro poderá ser minimizado com excelentes resultados.

A seguir serão apresentadas algumas fotografias mostrando os mais importantes detalhes de construção do Observatório Lily’s Flower.

FOTOGRAFIAS DO OBSERVATÓRIO MOSTRANDO OS DETALHES MAIS RELEVANTES DE SUA CONSTRUÇÃO

Estrutura de concreto mostrando o tubo de deslizamento do teto e o gradeado do telhado com os rodízios instalados.

Detalhe de fixação dos rodízios no gradeado de Madeira do telhado.  Veja ainda as duas fotos a seguir.

Detalhe de fixação do tubo de deslizamento por um lado.  Neste caso o tubo foi chumbado diretamente na parede da casa.  Para o outro tubo de deslizamento, não havia parede disponível.  Neste caso foi utilizado um cabro de construção enterrado 50 cm no chão.  Veja foto abaixo.

Gradeamento do telhado antes dos rodízios serem aparafusados.  Note que trata-se de uma estrutura de madeiramento utilizada em telhados convencionais.  Abaixo esta mesma estrutura é mostrada com os rodízios já aparafusados, sobre os tubos de deslizamento.

Telhado com fechamento lateral e acabamento de plastico aplicado.  Nesta fase o madeiramento já havia sido envernizado e pintado.

A vedação entre as telhas, bem como todas as outras vedações que se fizeram necessárias, foram feitas com espuma de poliuretano expandido.  Este material é vendido em lojas de ferragens em embalagem aerosol de baixo custo.  Devido ao seu baixo coeficiente de expansão volumétrico, as vedações estão perfeitas depois de 5 anos.

Vista do Observatório com o teto aberto.  Minha cunhada está dando os últimos retoques, que é a pintura do escudo do meu time de football de coração, o Botafogo de Football e Regatas.  Ela está sendo assistida pela minha mulher Eliane, a verdadeira dona dos créditos deste projeto.

Fechamento simples do telhado.  Alingueta na imagem da esquerda encaixa no porta cadeado na imagem da direita.  Um cadeado garante a segurança do fechamento do telhado.

A foto acima mostra uma vista do Observatório com o teto fechado, enquanto a foto abaixo mostra o Observatório já em operação com o teto aberto.